Open-up! O que é propriedade hoje?

"Consider the Web as a construction project. It´s the most complex network ever created. It is by many orders of magnitude the largest collection of human writings and works in history. It is far more robust than networks far smaller, yet it was created without managers. In fact, it succeeded only because its designers made the concious decision to built a network that would require no central control. You don´t need anyone´s permission to join im, to post whatever you want, to read whatever other have posted. The Web is profoundly unmanaged, and that is crucial to its success. It takes traditional command and control structures and busts them up into many small pieces that then loosely join themselves - and that, too, is crucial to it success"

Estou lendo Small Pieces Loosely Joined, de David Weinberg. Ainda estou no começo, mas ele já adiantou que vai falar de Web nos seguintes aspectos:

- espaço
- tempo
- perfeição
- relações pessoais (togetherness)
- conhecimento
- matéria
- esperança

Mal posso esperar para chegar ao final do livro. Ele me foi muito bem recomendado e me pegou logo no prefácio...

Espero que dentro desses domínios que ele traçou seja discutida a questão da propriedade.

Acho que a característica mais marcante da Internet é a anarquia. Não há regras. Praticamente, você pode tudo, para o bem e para o mal. O mesmo princípio que me permite escrever sobre o meu trabalho, as minhas experiências e as minhas idéias sobre educação neste blog, também permite que sejam montadas redes de distribuição de material pedófilo. "The largest collection of human writings and works in history" mostra que nem tudo o que fizemos é bom, mas está aí, disponível.

Essa anarquia levou geeks instisfeitos e curiosos a fazerem o Linux, o Open Office e o FireFox.

Imagine que um time de programadores foi pago para equiparar as facilidades do Internet Explorer com as do FireFox. O único detalhe é que as do FireFox foram feitas por alguém que não cobrou nada por isso. Que gastou seu tempo por vontade própria, em troca de nada.

Isso tudo é muito legal, mas assustador.

Ninguém sabe que tipo de impacto isso pode ter a longo prazo na economia. Se pararmos de pagar pela música que ouvimos, pelos filmes que vemos, pelos livros que lemos, pelor cursos que fazemos, a economia vai conseguir se readaptar? Eu até acredito que sim, mas não consigo entender como...

Pense que essas idéias que rascunho aqui, alguém pode usá-las para enriquecer em algum lugar. Eu nunca vou saber. E nem tem tanta importância, já que todas elas foram estruturadas, em sua maioria, em cima de textos e artigos de outras pessoas, que encontrei circulando livremente na Web.

Há quem diga que idéia não tem dono. Com a internet isso vira fato concreto.

O que não necessariamente é mau. O software livre facilita a inclusão digital e ainda incentiva a indústria de alguma forma, criando um ambiente bem mais competitivo. Esse livre tráfego de idéias permite que qualquer um com acesso a internet possa ser qualquer coisa, aprender qualquer coisa, fazer qualquer coisa. Dimunui as distâncias.

Até segunda ordem sou a favor dessa anarquia. Acho que a popularização da MP3 faz com que artistas que nunca seriam ninguém encontrem seu público. Quem não sucumbe a esse grande plano malígno das gravadoras de espalhar cultura da pior qualidade encontra a sua música. A internet banda larga ajuda cineastas independentes a distribuírem seus filmes de baixo orçamento. Eu que não sou ninguém estou aqui gritando as minhas idéias pra quem quiser ouvir e encontrando pessoas que concordam comigo ou descordam e têm muitos outros pontos de vista pra me mostrar.

Já pensou em fazer a sua própria Coca-Cola open source? Pois então... Você pode simplesmente não pagar por mais nada, se assim você decidir...

Subversivo? E até onde subversivo é ruim?

Muitas perguntas. E as respostas, sabe-se lá quando vem...

Junto-me aqui a todos os outros observadores e espero pacientemente...